Espacios. Vol. 32 (1) 2011. Pág. 47

Infraestrutura para Implantação de Empresas de Base Tecnológica – Parques Tecnológicos

Infrastructure for Implementation of Technology Based Companies - Technology Parks

Gilberto Zammar y João Luiz Kovaleskiy Silvia Gaia Zanetti


3 Metodologia

A fim de serem atingidos resultados satisfatórios em uma pesquisa, é de vital importância que procedimentos metodológicos corretos sejam aplicados. Para Gil (1991), as “estratégias e táticas de pesquisa” que deverão ser utilizadas, serão dependentes dos objetivos que são propostos, e deverão ser atingidos com a pesquisa.

Neste capitulo serão descritos os métodos que basearam esta pesquisa tendo como foco atingir os objetivos propostos.

3.1 classificação da pesquisa

O estudo terá como objetivo determinar uma combinação dos fatores de sucesso para a implantação de um parque tecnológico, ambiente que abrigará empresas de bases tecnológicas. Conforme mostrado anteriormente, estes empreendimentos possuem uma fundamentação consolidada no exterior, porém no Brasil não possuem ainda experiência que pode ser considerada consolidada, e como a aplicação de políticas publicas são de vital importância para o sucesso da iniciativa, as experiências dos países desenvolvidos podem trazer uma direção, mas não uma regra a ser seguida. Devido a este motivo, esta pesquisa será enquadrada como sendo:

  1. Segundo a natureza: aplicada;
  2. Segundo o problema: qualitativa;
  3. Segundo os objetivos: exploratória:
  4. Segundo procedimentos técnicos: “ex-ante-facto”.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos que serão usados, este estudo será realizado sob a forma de “ex-ante-facto”, sendo sustentada por um estudo na área de ciências econômicas, publicado por Journal Economic Literature, onde é exposto que a principal diferença entre estudos “ex post” e “ex ante”, é justamente a ocorrência do fato (SHACKLE, 1973).

Será analisado o período antecedente a consumação do fato, no caso, a implantação do parque tecnológico de Ponta Grossa. Neste estudo será abordada a perspectiva “ex ante” a instalação do parque tecnológico que oferece oportunidade para alavancar a pesquisa, o desenvolvimento de novos produtos, patentes, assim como, uma nova forma de relação entre empresa – universidade – governo.

Para esse estudo, será utilizado como cenário futuro, a implantação do parque tecnológico de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. A análise “ex ante” viabilizará o estudo antecedente ao previsto na prospecção do cenário futuro.

A construção do cenário futuro para a implantação do parque tecnológico no município de Ponta Grossa envolve as etapas de análise do ambiente, identificação dos fatores críticos, análise desses fatores e a caracterização das forças propulsoras. Para essa pesquisa, as etapas da construção do cenário futuro correspondem aos fatores críticos, sendo representados pelos objetivos específicos.

3.2 Seleção da amostra para a pesquisa

O universo deste estudo compreenderá um grupo de pessoas que no ano de 2006 se reuniram e fundaram um movimento de apoio à criação e implantação do parque tecnológico de Ponta Grossa, chamado de Grupo Gestor do Parque Tecnológico de Ponta Grossa, que é composto pelas seguintes entidades:

  1. Prefeitura Municipal de Ponta Grossa – PMPG;
  2. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG;
  3. Universidade Tecnológica Federal o Paraná - Campus de Ponta Grossa – UTFPR;
  4. Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa – ACIPG;
  5. Coordenadoria Regional da FIEP;
  6. Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE;
  7. União Sistemas de Ensino – Faculdade União;
  8. Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Ponta Grossa – cDESPONTA;
  9. Incubadora Tecnológica de Ponta Grossa – INTECPONTA;
  10. Núcleo Setorial de Tecnologia de Informação – NSTI;
  11. SEBRAE;
  12. Winner Chemical;
  13. Tetrapak;
  14. Jornal Diário dos Campos;
  15. Jornal da Manhã.

As quais possuem representantes que emprestam seus conhecimentos ao movimento a fim de criar uma agenda e despertar a sociedade para a importância da implantação do parque tecnológico de Ponta Grossa em relação ao desenvolvimento da cidade, desenvolvimento de novas empresas de base tecnológica.

O Grupo Gestor deseja que o projeto seja base da consolidação de um Sistema Regional de Inovação, onde a criação, produção e comercialização de bens e serviços da base tecnológica passem a representar importante componente da atividade econômica da região, integrada ao meio ambiente urbano e onde a pesquisa tecnológica oriunda do meio acadêmico se transforme em benefícios socioeconômicos para a população.

Desde a fundação do Grupo Gestor são realizadas reuniões mensais com registros em atas, onde são trocadas informações, são feitas apresentações de experiências em parques tecnológicos e várias ações visando à implantação e o sucesso do parque tecnológico de Ponta Grossa. Em 2009, foram feitas visitas aos parques tecnológicos de Campinas, São Carlos, Foz do Iguaçu, Cascavel e ao Porto Digital em Recife, a fim de buscar as experiências desenvolvidas nos parques destas cidades. A população escolhida para o estudo será o grupo gestor do movimento de apoio à criação do parque tecnológico de Ponta Grossa.

3.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados foi um questionário. Este questionário foi elaborado visando determinar a melhor alternativa para cada um dos fatores de sucesso levantados na revisão bibliográfica, com isso será direcionado o modelo de parque a ser instalado. A partir das respostas oriundas do questionário será elaborada uma proposta para a tomada de decisão na hora da implantação do parque em relação aos fatores decisivos.

3.4 Ferramenta de análise de dados

Para a análise dos dados coletados será usada a ferramenta DELPHI, técnica esta que no inicio dos anos 60 passou a ser usada em trabalhos desenvolvidos por Olah Helmer e Norman Dalker, pesquisadores da Rand Corporation (WRIGHT, 2000).

Para Wright (2000), o objetivo original era analisar a opinião de especialistas na previsão tecnológica, segundo a metodologia desenvolvida, isto era feito segundo três condições básicas: o anonimato dos entrevistados, a representação estatística dos resultados e a realimentação de respostas para a correção de rumos em rodadas sequenciais. Assim, na sua concepção, o Delphi é uma ferramenta para a busca de um consenso das opiniões de especialistas em relação a eventos futuros.

A evolução tendendo a um consenso, obtida no processo, representa uma consolidação do julgamento intuitivo de um grupo a cerca de tendências e eventos futuros. A técnica esta centrada no uso estruturado do conhecimento, das experiências e da criatividade de especialistas, pressupondo que o julgamento de um grupo de pessoas, desde que organizado de maneira adequada, é melhor que a decisão de apenas um indivíduo (WRIGHT, 1986).

A figura 2 mostra a rotina básica a ser executada.

Figura 2 - Sequencia de Execução de uma Pesquisa Delphi Fonte: Wright 2000

4 Apresentação e análise dos resultados

4.1 resultados obtidos

Após a realização da pesquisa através de questionários, obteve-se a opinião dos 20 componentes do Grupo Gestor do Parque Tecnológico de Ponta Grossa.

Com a finalidade de facilitar a visualização, as opiniões dos entrevistados foram representadas graficamente.

4.1.1 Localização do Parque

O gráfico 5 expõe as opiniões como resposta à pergunta sobre a “LOCALIZAÇÃO DO PARQUE”.

Gráfico 5 - Resultados Obtidos sobre o Fator Localização do Parque

Dezenove questionados responderam que a localização do parque deve ser em uma área próxima a universidades, isto representa 95% da amostra, e um questionado respondeu que a localização do parque deve ser em uma área em centros urbanos, isto representa 5% da amostra.

Na análise deste resultado vê-se que a pesquisa mostrou uma tendência que está totalmente alinhada com os estudos feitos por Noce (2002), e pela ANPROTEC (2008).

Para Noce (2002), o Parque Tecnológico de Cascavel foi implantado a uma distância muito superior a aconselhada pelos especialistas da área, que recomendam que estes empreendimentos estejam localizados em um raio máximo de 5 Km da universidade.

Confirmando a teoria, a distância de 18 km da universidade mais próxima e, consequentemente, a impossibilidade de acessar rapidamente o conhecimento científico, é hoje um grande problema do Parque Tecnológico de Cascavel. Apesar da incessante busca de parceria com as várias instituições de ensino e pesquisa existentes na região, sua localização inviabiliza a presença constante de pesquisadores vinculados à academia, o intercambio de conhecimentos acaba ficando difícil de acontecer em função da distância (NOCE, 2002).

Segundo a ANPROTEC (2008), 73% dos parques tecnológicos do Brasil se encontram em áreas próximas a universidades, facilitando o intercâmbio das instituições de ensino e pesquisa com as empresas instaladas no parque. Com a presença constante dos atores envolvidos em um ambiente propício para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, este intercâmbio será alcançado mais naturalmente.

Agora, uma análise em relação ao investimento financeiro (custo de aquisição) do terreno para a implantação do parque tecnológico não pode ser negligenciado. Quando a pesquisa aponta para a instalação do parque em uma área próxima a universidades, traz consigo o ônus da aquisição deste terreno, o que para muitas cidades pode ser o maior empecilho para a implantação do parque, ou até mesmo, a causa do impedimento de sua instalação.

4.1.2 Presença da Incubadora

O gráfico 6 expõe as opiniões como resposta à pergunta sobre a “PRESENÇA DA INCUBADORA”.

Gráfico 6 - Resultados Obtidos sobre o Fator Presença da Incubadora

Dezenove questionados responderam que a presença da incubadora é primordial, isto representa 95% da amostra, e um questionado respondeu que a presença da incubadora é desejável, isto representa 5% da amostra. Neste caso, tem se 100% dos entrevistados favoráveis a presença da incubadora, pois o desejável mostra uma concordância com a presença da incubadora no parque tecnológico.

Conforme Plonski (1995) o grande desafio para os parques tecnológicos é a interação entre os atores, e qualquer iniciativa visando à facilitação para que esta interação ocorra deve ser implementada.

4.1.3 Foco

O gráfico 7 expõe as opiniões como resposta à pergunta sobre o “FOCO DO PARQUE”.

Gráfico 7 - Resultados Obtidos sobre o Fator Foco do Parque

Onze questionados responderam que o foco do parque deve estar nos cursos de pós-graduação e de graduação, isto representa 55% da amostra, quatro questionados responderam que o parque deve possuir vários setores, isto representa 20% da amostra, outros quatro questionados responderam que o parque deve deixar o mercado direcionar o foco, isto representa 20% da amostra, e um questionado respondeu que o parque deve ser especializado, no máximo 3 setores, isto representa 5% da amostra.

O parque tecnológico sendo um ambiente para implantação de empresas de base tecnológica deve estar focado neste rumo, e nada mais justo que este foco seja oriundo das universidades, dos cursos de engenharia, onde as ideias são fomentadas e posteriormente desenvolvidas no parque.

Com o foco sendo direcionado pelos cursos de graduação, a tendência é que os cursos de pós graduação sejam contemplados no parque, fato que qualifica ainda mais os trabalhos, pois a qualidade dos alunos e das ideias é implementada e a sequência lógica para isto é que os recém doutores possam desenvolver suas patentes no parque tecnológico, mantendo os alunos em sua região e desenvolvendo suas ideias, proporcionando pesquisas e novos produtos oriundos dos cursos da área de tecnológica.

4.1.4 Natureza Jurídica

Para a pergunta sobre o fator “Natureza Jurídica do Parque” as opiniões dos questionados estão representadas no gráfico 8.

Gráfico 8 - Resultados Obtidos sobre o Fator Natureza Jurídica do Parque

Para um questionado o parque deve ser gerido por uma OSCIP (organização de sociedade civil com interesse público), isto representa 5% da amostra, para dois questionados o parque deve ser gerido por uma fundação, isto representa 10% da amostra, para quatorze questionados o parque deve ser gerido por uma natureza jurídica mista, isto representa 70 % da amostra, para dois questionados o parque deve ter gestão pública, isto representa 10% da amostra, e para um questionado o parque deve ser gerido por uma empresa privada, isto representa 5% da amostra.

A gestão sendo feita por uma OSCIP não traria nenhum respaldo, pois não teria poder de decisão, pois se o empreendimento é desenvolvido pelo poder público municipal, todo o investimento feito pelo poder público municipal, qual poder uma organização civil, que não teve nenhuma participação no investimento poderá alcançar? No máximo pode ser criado um conselho consultivo, uma OSCIP, para dar apoio ao processo de gestão do parque.

Uma Fundação pode ser um modelo de sucesso para a gestão do parque, porém pode ser restringida a sua implantação devido ao número de cargos que deverão ser criados e devido à lei de responsabilidade fiscal, sabe-se que todas as prefeituras estão com sua carga de funcionários no limite máximo, este seria o maior empecilho para este modelo.

A gestão do parque sendo pública, portanto sendo a cargo de uma secretaria municipal, traria para o parque toda a burocracia pública como ônus, e o parque sendo um empreendimento que devem conviver empresas, universidades e governo, este ônus seria um fator de atraso nesta parceria, precisam-se buscar formas mais ágeis e atrativas de convivência entre estes três setores.

A administração do parque por uma empresa privada é inviável, não existe lei que permita todo um investimento sendo feito pelo poder público e sendo administrado por uma empresa privada, isto está totalmente descartado.

Não é coincidência que a pesquisa apontou 70% para uma administração mista, pois é o modelo ideal que pode se apresentar para este empreendimento, tendo uma agência de fomento, onde a prefeitura é acionista e possui a maioria das ações, com poder de administração, isto se encaixa totalmente dentro dos propósitos do parque, trazendo a agilidade necessária, desonerando a prefeitura dos cargos e possibilitando um processo que pode ser submetido a todas as regras do tribunal de contas, e mesmo assim poder contratar profissionais gabaritados e experientes neste ramo.

4.1.5 Critérios de Admissão

Em relação à pergunta sobre os “Critérios de Admissão de Empresas no parque”, as respostas dos questionários foram mostradas no gráfico 9.

Gráfico 9 - Resultados Obtidos sobre o Fator Critérios de Admissão de Empresas

Para um questionado o parque deve admitir qualquer empresa, isto representa 5% da amostra, para outro questionado o parque deve proibir a produção manufatureira, isto representa 5% da amostra, para quatorze questionados o parque deve admitir empresas de base tecnológica, isto representa 70 % da amostra, para quatro questionados o parque deve admitir empresas que possua P&D próprio, isto representa 20% da amostra.

O parque admitir qualquer empresa desqualifica a própria definição de parque tecnológico, para as empresas em geral, existem os distritos industriais onde são fornecidos incentivos e estrutura para tal.

Se de alguma maneira se proibir a produção manufatureira, estará sendo afetado todo um leque de empresas de eletrônicos que possuem peças pequenas e com muita tecnologia embarcada, alto valor agregado e não pode ser negligenciado pelo parque.

Restringir a entrada no parque para empresas que possuem P&D próprio irá causar um enorme problema para as pequenas empresas oriundas das incubadoras, que é a proposta do parque, apenas as médias e grandes empresas possuem P&D próprio e pela proposta local este não é o objetivo.

A proposta que obteve maioria é a ideal para um parque, pois pela definição, um parque tecnológico é um local que abriga empresas de base tecnológica, nada mais justo que as empresas que venham se instalar no parque possuam base tecnológica, é o modelo mais simples e prático para este fator.

4.1.6 Posse do Terreno

Para a pergunta relativa ao fator “Posse do Terreno” obteve-se as respostas conforme o gráfico 10.

Gráfico 10 - Resultados Obtidos sobre o Fator Posse do Terreno

Para dois questionados os terrenos devem ser doados para as empresas, isto representa 10% da amostra, para quatro questionados os terrenos devem ser vendidos para as empresas, isto representa 20% da amostra, para onze questionados os terrenos devem ser locados para as empresas, isto representa 55 % da amostra, para três questionados o parque deve construir os imóveis e locar para as empresas, isto representa 15% da amostra.

A doação dos terrenos parece ser um bom atrativo, além de ser um modelo mais fácil para as empresas graduadas nas incubadoras, mas em médio prazo acaba se tornando um grande problema, pois uma vez doado o terreno, o proprietário pode ficar um período sem construir ou até mesmo revender o terreno. Num caso mais crítico pode se ter vários terrenos doados e vazios trazendo transtornos, pois os terrenos não são mais do parque e não possuem nenhum investimento, podendo ainda causar demandas na justiça, que em geral são muito demoradas.

A venda dos terrenos pode prejudicar as pequenas empresas oriundas das incubadoras e em uma análise mais geral recai no problema discutido acima, o proprietário do terreno pode ficar vários anos sem construir, sem investir e sem criar empregos e produtos tecnológicos, pode visar à especulação imobiliária, fato que deve ser coibido desde o início, pois a função do parque é desenvolver riqueza para a região onde se insere.

Construir os imóveis e locar é o modelo usado por parques que possuem sustentabilidade financeira, no Brasil é o caso do PTI que possui capital e desenvolve seu habitat segundo uma arquitetura característica. No caso do Parque tecnológico de Ponta Grossa isto se trona inviável, pois o investimento é muito alto e iria disputar verbas com pastas muito mais necessitadas no momento e este embate é o mínimo uma falta de estratégia, pois toda vez que o parque tecnológico disputou com outras pastas, em todo o Brasil, acabou sendo negligenciado.

Por fim a iniciativa de locar os terrenos acaba sendo a mais justa para a região que já possui alguns exemplos das versões anteriores no distrito industrial e estes exemplos não são muito favoráveis. Quando da locação dos terrenos, pode se formar um condomínio para a administração das áreas comuns e em uma análise mais profunda, tem se dois fatores importantes, ninguém vai ficar pagando aluguel se não for usar o terreno, e uma empresa que por ventura não venha a se fixar no parque o terreno é facilmente devolvido para o parque podendo ser aproveitado por outra empresa.

Com isto evita-se qualquer tipo de especulação imobiliária, as demandas judiciais tendem a zero e o valor da edificação pode ser totalmente abatido no aluguel, este modelo acaba sendo o mais justo e fácil de administrar que os outros mencionados.

4.1.7 Setores Presentes ¡

O gráfico 11 mostra as respostas em relação ao fator “Setores Presentes”, como cada questionado pode responder em mais de uma alternativa, as somas das porcentagens pode ultrapassar o 100%.

Gráfico 11 - Resultados Obtidos sobre o Fator Setores Presentes no Parque

Estas respostas estão todas em função de alguns fatores respondidos anteriormente, pois quando se pesquisa o foco do parque, o critério de admissão de empresas, a presença da incubadora, já está se determinando os setores.

Baseado nos cursos de graduação e pós graduação, empresas de base tecnológica e empresas oriundas das incubadoras, com isto tem se os setores mais respondidos como sendo os setores mais fortes da região, que possui um grande poder tecnológico baseado nas universidades e ainda possui uma vocação na agricultura e biotecnologia.

5 Conclusão

5.1 Considerações finais

Através da revisão de literatura pode-se verificar que um parque tecnológico é um ambiente impar, onde a convivência entre os atores envolvidos deve ser sempre estimulada, buscando derrubar as barreiras que cada entidade traz para o cenário em questão.

Fica a certeza que o projeto de implantação de um Parque no Brasil deve ser encabeçado pelo poder público municipal, pois as decisões devem ser políticas visando à fixação dos alicerces do parque, afim de não ser interrompido o processo de implantação, pois as respostas serão em longo prazo e exigem o comprometimento por um tempo várias vezes maior do que um mandato político, assim o projeto deve ser consistente e a partir de um ponto, deve ser grande o suficiente para garantir a sua continuidade independentemente da facção política que assuma o comando municipal.

Também se faz necessário que membros da academia estejam atuando no poder público, exercendo um cargo na administração pública municipal, para proporcionar ao prefeito a correta visão da função do parque tecnológico, fazendo uma mescla entre a política e a função propulsora do parque tecnológico, evitando com isto que haja, por exemplo, especulação imobiliária dentro do parque.

Quanto à pesquisa realizada, o modelo resultante para o parque tecnológico de ponta grossa é o seguinte: O parque deve estar próximo a universidades, a incubadora deve estar dentro do parque, o foco do parque deve estar baseado nos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos na cidade, as empresas admitidas no parque deverão ser de base tecnológica, os terrenos destinados as empresas deverá ser locado, com o custo da construção podendo ser abatido dos aluguéis, a natureza jurídica da administração do parque deverá ser feita por uma agência de economia mista, o fator mais significativo é a localização do terreno.

O modelo de Grupo Gestor criado em Ponta Grossa deve ser seguido nas cidades que pretendem a implantação de um parque tecnológico, pois assim, consegue uma grande representatividade da sociedade civil, com informações buscadas na fonte, com visitas técnicas, a fim de assessorar as tomadas de decisão vindas da prefeitura municipal, se comportando como um grupo consultor.

Referências bibliográficas

ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas. Portfólio de parques tecnológicos do Brasil. Brasília: Anprotec. 2008. 78p.

FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná. XIII Sondagem industrial: A visão dos líderes industriais paranaenses. 2008. 52p.

IASP (International Association of Science Parks) –http://www.iaspworld.org.

NOCE, Adriana F. R. O processo de implantação e operacionalização de um parque tecnológico, UFSC 2002.

OLIVEIRA, F. H. P. O desafio de implantar parques tecnológicos. Instituto Inovação, Belo Horizonte, 2008.

PLONSKI, G.A. A cooperação empresa-universidade: antigos dilemas, novos desafios. Revista USP. n. 25, p. 32-41, 1995.

STEINER, João E. Parques tecnológicos: Ambientes de inovação. 2008 41 p.

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